Todos os anos, muitos umbandistas se perguntam o que fazer na quaresma.
Uns terreiros fecham, outros trabalham apenas na esquerda e terceiros ignoram totalmente.
Cada casa/templo adota a orientação pessoal de seu mentor ou segue a tradição de quem
lhe preparou.. Quaresma é algo do contexto católico, no entanto todos são livres
para dar mais ou menos importância a este período.
Acima de tudo devemos seguir a orientação de nossos mentores,
40 é um numero sagrado e cabalístico na cultura judaico cristã,
Uma vez por ano fazer um resguardo especial é algo bem sugestivo,
Muitos daqueles que trabalham na Magia Negativa tem na quaresma
Um período propicio, auspicioso, portanto no mínimo devemos vigiar mais.
Mantenha os trabalhos ativos ou não, nada como dedicar mais atenção à meditação,
Banhos, defumação e praticas de magia além dos constantes trabalhos mediúnicos.
Vela ao anjo da guarda e como dica firmeza a Omulu, Obaluayê ou Nanã Buroque,
Que tem uma ligação especial com este período, além, claro de
Exu, Pomba Gira e Exu Mirim.
Mas nada de receios, temores e pré disposições,
Todo filho de Umbanda que nunca acendeu uma única vela para prejudicar o próximo,
Estes todos que trabalham na fé e na caridade, tem e merecem proteção,
Quanto aos demais é um bom período para pedir perdão, ao Pai Oxalá,
Que se relaciona com o mistério da fé, esperança e harmonia.
Quaresma: O encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.
O Candomblé tradicional não tem ligação alguma com calendário católico, algumas datas coincidem sim mas é por que os negros africanos foram obrigados a esta assimilação, só isso. Portanto no Candomblé não existe. Mas na Umbanda devido sincretismo este é um período tão resguardado como no Catolicismo, onde há uma série de restrições e o entendimento que os Guias se recolhem para “descanço, ou reforço de energias” e só retornam depois deste período.
Lorogun, lórogún ou olorogum é uma cerimônia ritual que paralisa a maiorias das atividades nos terreiros de candomblé, estimulando seus crentes e adeptos ao descanso coletivo, marcado o final do ano litúrgico.
O lorogun acontece propositadamente no período da quaresma católica, logo depois do carnaval, terminando justamente no sábado de aleluia (primeiro sábado da lua cheia), onde começa o início do ano litúrgico (Ano Novo) para o povo do santo.
Neste ritual não acontece sacrifício animal, embora seja oferecida comida ritual não só aos Deuses, mas à todos os participante, servido diretamente por todos os orixás do terreiro, extraordinariamente vestidos com roupas estampadas, menos os orixás funfuns que sempre estão com os seus vestes brancos. A comida é comportada em duas capangas à tira colo e distribuida a todos os presentes, depois estas capangas são penduradas na árvore sagrada do terreiro.
Em seguida, todos os orixás saem com um ichã (Atori, Atòrì ou Ichã é um apetrecho da cultura Nago-vodum em forma de cipó "vara", feito de uma planta chamada glyphaca lateriflora abraham, inerente aos Orixás nanã, oxaguian, obaluaye, oxumare, ossaim e iansã, principalmente a oya igbale e muito utilizado nos cultos de egungun.
Indispensável na festa do pilão e na construção de vários objetos sagrados como xaxará, ibiri e oposaim, sua imitação de metal em forma de seta pode ser vista nos assentamentos sagrados igba oxumare, igba ossaim e igba obaluaye, o mesmo material serve para confecção das colheres de madeira sobrepostas no igba nanã. Suas hastes são simbolizadas com os ancestrais e tem finalidade de afastar os espíritos (eguns) para o seu espaço sagrado, e eliminar as energias negativas da comunidade, proporcionando a saúde e longevidade dos crentes.) devidamente enrolado com tecidos ou papéis e começam simbolicamente uma luta, parecido com maculelê, este mesmo objeto é levado e depositado aos pés da árvore sagrada do terreiro. Neste momento todos os orixás seguram nas mãos uma quantidade de folha sagrada, que são passada no corpo de todos os presentes, inclusive uns aos outros, formando um verdadeiro alarido, dando uma impressão de briga "guerra" que é interrompida com a manifestação de oxalá, imediatamente tudo volta a calmaria e todos dançam sob um grande alá (pano branco), os cânticos sagrado deste orixá da paz.
Fonte de Pesquisa:
Texto de Pai Ronaldo Linares
https://ocandomble.wordpress.com
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